O fim do Photoshop !?
- Mauro Nóbrega

- Sep 3
- 3 min read

Conheça o Nano Banana, a revolução do Google na edição de imagens por IA
Durante décadas, o Photoshop foi o padrão ouro da edição de imagens. De fotógrafos a designers gráficos, de campanhas publicitárias a memes, ninguém duvida do impacto que a Adobe teve na forma como manipulamos e criamos imagens digitais. Mas uma pergunta começa a ecoar: estamos a presenciar o fim da era do Photoshop?
O motivo é a mais recente atualização do Google, batizada de forma curiosa como Nano Banana. Oficialmente chamada de Gemini 2.5 Flash Image, essa novidade promete transformar radicalmente a forma como lidamos com imagens, ao permitir edições complexas com simples comandos de texto e resultados quase instantâneos.
O que é a “Nano Banana”?
O codinome Nano Banana surgiu durante testes anónimos em plataformas de benchmark de IA, mas ganhou fama quando o CEO Sundar Pichai publicou três emojis de banana no X (antigo Twitter). Desde então, a ferramenta viralizou.
Na prática, trata-se do modelo mais avançado de edição de imagens por IA já disponibilizado pelo Google dentro da sua suíte Gemini. Ele combina velocidade, realismo e preservação da identidade visual de pessoas, objetos e cenários — algo que até então era um desafio para outras IAs.
Principais inovações
Edição guiada por texto:
Escreva comandos simples como:
“Troca o fundo para uma praia ao pôr do sol”;
“Altera a cor do vestido para vermelho”;
“Remove a mancha da camisa”.
O sistema aplica as mudanças mantendo a aparência original da pessoa ou do objeto — algo que até hoje exigia horas de Photoshop.
Velocidade em tempo real:
Enquanto editores tradicionais de IA demoram de 10 a 15 segundos, o Nano Banana entrega os resultados em apenas 1 a 2 segundos.
Edição em múltiplas etapas:
É possível fazer mudanças progressivas: alterar fundo, depois iluminação, depois pose — tudo de forma consistente, sem deformar rostos ou perder identidade.
Fusão de imagens:
Combine elementos de várias fotos, criando composições naturais. Por exemplo, colocar o utilizador ao lado do seu pet numa viagem que nunca aconteceu.
Acesso gratuito:
Disponível via app e web do Gemini, também pode ser integrado a plataformas como Zapier, Shopify e Flux AI, além de estar acessível através de API no Google AI Studio e Vertex AI.
Exemplos práticos
E-commerce: gerar variações de produtos com rapidez e realismo.
Marketing: criar campanhas visuais em minutos, não em dias.
Arquitetura e design: simular móveis, cores e iluminação em ambientes.
Educação: produzir diagramas e conteúdos visuais de forma acessível.
Limitações e riscos
Apesar do impacto, ainda há barreiras:
Não permite recortes precisos em proporções específicas (como 16:9).
Marcação visível (watermark) pode ser removida facilmente.
Deepfakes continuam a ser uma preocupação: embora o Google use SynthID (marcação invisível), a maioria das pessoas não tem como detetar falsificações no dia a dia.
Impacto cultural
A recepção foi explosiva: memes, debates sobre o “fim do Photoshop” e análises que apontam para uma verdadeira democratização da edição de imagens.
Enquanto uns celebram o poder criativo acessível a qualquer pessoa, outros levantam preocupações éticas — afinal, manipular a realidade nunca foi tão simples.
O fim do Photoshop?
Não é o fim imediato, mas é um divisor de águas. O Photoshop ainda tem funções de precisão e fluxos profissionais avançados que o Nano Banana não cobre. Porém, a grande questão é:
quanto tempo até que ferramentas de IA superem a necessidade de softwares complexos?
O Photoshop revolucionou os últimos 30 anos da imagem digital. O Nano Banana pode estar a iniciar os próximos 30.
Conclusão
O Nano Banana não é apenas mais uma atualização de software: é um marco no futuro da criação visual. Ele une simplicidade, rapidez e realismo, permitindo que qualquer pessoa edite imagens como se fosse um designer experiente.
Estamos perante uma virada tecnológica e cultural que coloca o poder criativo nas mãos de todos. A era do Photoshop pode não acabar agora, mas a sua supremacia já foi desafiada — e o Nano Banana é o maior sinal disso.

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